Copom anunciou queda de 0,50p.p. na taxa básica de juros do país.
Depois de três anos registrando elevações, a taxa básica de juros do Brasil, a Selic, registrou sua primeira queda. A redução foi anunciada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na noite desta quarta-feira, 02 de agosto. O aumento registrado até então funcionava como um mecanismo do Banco Central para controlar a inflação, porém a taxa de juros vai além disso, ela influencia também no rendimento das aplicações financeiras.
De acordo com a gerente de Investimentos da agência Corporate da Sicredi das Culturas RS/MG, Keli Schumann Andriolli, o histórico de altas taxas de juros no país, considerando que foram oito reuniões do Copom com manutenção da taxa básica de juros em 13,75% a.a., leva grande parte dos investidores brasileiros a objetivar rendimentos de pelo menos 1% a.m. Segundo ela, essa é uma realidade para quem investe em CDBs, LCAs e fundos de renda fixa, por exemplo.
No entanto, a especialista em Investimentos do Sicredi acredita que mesmo com a queda na Selic registrada nesta semana, ainda é possível observar boa rentabilidade nos investimentos. “Neste início de agosto de 2023, na reunião mais importante do ano do Copom, grande parte dos agentes de mercado foram surpreendidos pelo corte na taxa básica de juros em 0,50p.p., reduzindo a Selic para 13,25%a.a., mas mesmo com o início da flexibilização da política monetária, o Brasil ainda conta com uma das maiores taxas de juros do mundo. Isso significa que o investidor ainda pode alcançar excelente ganho real em títulos de baixo risco, como os que citei anteriormente, CDB, LCA’s e fundos de renda fixa”, destaca Keli Andriolli.
Neste ano, o Copom irá realizar mais três reuniões, em setembro, outubro e dezembro. E, embora a ata da reunião do Comitê de Política Monetária Nacional seja oficialmente publicada na próxima quarta-feira, 09 de agosto, já é percebida uma expectativa do mercado em relação a um corte de igual magnitude já na reunião de setembro.
“O investidor pode se preparar para um longo e gradual ciclo de flexibilização da taxa básica de juros. A gerência de Análise Econômica do Sicredi, projeta uma Taxa Selic de 12%a.a. para o final deste ano, 9,50%a.a. para o final de 2024 e, finalmente, 8,50% no encerrar de 2025. Nos próximos meses, o ritmo da flexibilização, juntamente com a magnitude total do ciclo, continuará a guiar os movimentos do mercado, principalmente se houver expectativa de uma nova revisão do Rating do Brasil, que basicamente é a nota de crédito que as principais agências mundiais usam para classificar o risco dos países. Atualmente o Brasil teve uma melhora nesta classificação. Sendo assim, para os investidores com perfil conservador, ainda há excelentes oportunidades em renda fixa de baixíssimo risco para o curto e médio prazo e, para os investidores com perfil arrojado, o Ibovespa também pode avançar com base na perspectiva de corte da Selic, apoiada, entre outros fatores, na melhora relevante dos dados de inflação, além de avanços em pautas no Congresso, incluindo a nova regra fiscal e a reforma tributária”, explica a gerente de Investimentos da agência Corporate da Sicredi das Culturas RS/MG, Keli Schumann Andriolli.
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