ARIANI BARBOZA*
As avaliações são ferramentas utilizadas há muito tempo, como forma de verificar se os alunos assimilaram os conteúdos estudados em sala de aula, bem como seus desenvolvimentos cognitivos. A avaliação diagnóstica na retomada das aulas é mais uma aliada que auxilia no acompanhamento da aprendizagem.
Existem vários tipos de avaliação, aplicadas de acordo com objetivos específicos, sendo que os principais são: avaliação somativa, avaliação formativa e avaliação diagnóstica.
Entretanto, especialmente em tempos de pandemia, apenas atribuir uma nota ao desempenho dos estudantes tornou-se ineficaz para o processo de ensino e aprendizagem, que deve ser pensado de forma ampla, considerando a formação integral dos alunos e não somente a cognitiva e intelectual.
O processo avaliativo, para ser produtivo, deve auxiliar o aluno em sua trajetória educacional e estimular seu desenvolvimento, como um instrumento de base para si e para o trabalho do professor.
Por isso, a avaliação diagnóstica pode ser uma importante aliada na retomada das aulas, uma vez que é capaz de ajudar a mapear os pontos fortes e as dificuldades de cada aluno, principalmente em relação ao seu desenvolvimento durante o ensino remoto.
Além disso, ela atende ao objetivo do direito de aprendizagem e desenvolvimento dos alunos de acordo com a Base Nacional Comum Curricular, de modo a garantir uma formação humana integral, e não só acadêmica.
O que é avaliação diagnóstica?
É uma ferramenta que colhe dados acerca do nível de desenvolvimento da criança, considerando o repertório prévio que adquiriu, tornando possível avaliar a eficácia do processo de ensino e aprendizagem.
Com a avaliação diagnóstica, é possível identificar as dificuldades específicas de cada aluno na assimilação do conteúdo, a fim de conhecer sua realidade e analisar seu grau de domínio sobre as competências e habilidades – acadêmicas e pessoais – necessárias.
O intuito é utilizar as informações obtidas para a elaboração de estratégias pedagógicas que busquem superar os desafios e garantir a assimilação, por parte dos alunos, dos conteúdos ministrados em sala de aula, para que todos acompanhem o processo.
De modo geral, os objetivos desse tipo de avaliação são:
Verificar as necessidades de desenvolvimento dos alunos;
Identificar as causas de dificuldades de aprendizagem;
Embasar o trabalho do professor.
A avaliação diagnóstica costuma ser aplicada antes início do ano letivo, pois permite a identificação do que os alunos já sabem, possibilitando que o professor realize o planejamento com base nessas informações.
Porém, ela também pode ser aplicada em outros períodos do ano, conforme a necessidade, visto que é uma forma de averiguar se as atividades propostas estão tendo o resultado esperado. Na retomada das aulas presenciais, ela é importante para identificar as dificuldades de avanço dos alunos no período de isolamento social.
O neuropiscopedagogo analisará os resultados e, caso estejam abaixo do esperado é possível reformular as estratégias para recuperar o desempenho dos alunos no ano letivo que está para começar.
Os resultados da avaliação oferecem um diagnóstico da criança e a identifica quais áreas precisam de maior orientação, permitindo a elaboração de um plano de ação com intervenção neuropsicopedagógica para atender a essas necessidades.
Um aspecto importante da avaliação diagnóstica, que a difere das demais formas de avaliar, é a prevenção, pois ela prevê as dificuldades e permite a realização de intervenções imediatas.
*Graduada em Pedagogia pelo UNIFEG-Guaxupé, pós-graduada em Neuropsicopedagogia Clínica e Institucional pela Faculdade Metropolitana do Estado de São Paulo - FAMEESP-FGV-RP. Possui Extensão em Neuropsicologia, Consciência Fonológica, Neurociência e Alfabetização. É especialista em aplicação do teste DENVER. É membro titular da Sociedade Brasileira de Neuropsicopedagogia - SBNPp.
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