Por Valéria Cecília Roque
Grande talvez seja o melhor adjetivo para ela, menos pelo seu tamanho físico e mais por seu coração, pela sua valentia e pelo seu legado.
Tudo GRANDE, em letras maiúsculas! Tudo para marcar sua trajetória terrestre fugaz, mas vibrante deixando profundas marcas por onde passou, tal qual uma estrela, símbolo que ela tanto amou e carregou.
Nascida na terra da Senhora Mãe das Dores, em 16 de janeiro de 1962, escolheu o começo do ano para sua chegada porque não era de seu feitio se resignar aos tempos de espera. Nasceu no coração de Guaxupé, filha amada de Luiz Fernando Souza e Helena Costa Monteiro, irmã de Ulisses Miguel (in memorian), Maria Inês e Pedro Luiz. Uma de suas maiores alegrias e motivo de orgulho era ser mãe da Clarice por quem fez tudo o que seu coração de mãe pediu.
Escolheu, por vontade, sina e missão, estar ao lado dos invisíveis, dos sem voz, dos vulneráveis. Dedicou sua vida a isso. Mudou-se para o Vale do Jequitinhonha onde seu coração transbordou de empatia e amor por uma gente que não tinha nada, mas que para ela significava tudo. Foi lá que se entregou de corpo e alma a essa missão e viveu um valioso aprendizado que registrou no livro “Mulheres Invisívies”, escrito por ela e por seu grande companheiro Irmão Pedro.
Foi chamada a voltar para casa porque a sua gente precisava da sua entrega. Foi Secretária de Desenvolvimento Social e promoveu não o assistencialismo, mas o caráter humanitário e transformador de vidas que só quem acredita e inspira o melhor das pessoas é capaz de promover.
Ana se entregava de corpo e alma a tudo que fazia. Tornou o Centenário de Guaxupé grande com a confecção de 100 tambores mineiros que ecoaram por toda a cidade como um sinal de esperança de que uma cidade mais humana, inclusiva e solidária era possível.
Foi convidada a ir para Poços de Caldas assumir a Sedese - Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e por lá também fez história promovendo transformação na vida de centenas de milhares de pessoas de toda a região.
Voltou para Guaxupé e como nunca foi de ficar parada abraçou mais um desafio: trabalhar na Apae. Ela que jamais enxergou limitação em nada e nem em ninguém, viu em cada pessoa atendida pela instituição, alguém especial e transformou isso em mais um livro contando a história de superação desses meninos e meninas que a inspiraram e através do livro inspiraram e ainda vão inspirar muitas pessoas.
Inspiradora! Assim era a Ana Luiza de Souza. Valente! Sensível! Alegre! Florida...GRANDE! Como grande é seu legado.
Vai Ana, vai ser estrela!
*A autora é publicitária
Comments